Popy Sousa
Pôpy Sousa é a personagem escritora da duologia "Apenas querem se divertir".
Escreve poemas, letras de rap, livros e peças de teatro.
Apesar de todo seu talento, sua vida é repleta de dor.
No Volume 1, o poema "Vinho quente" escrito por ela, aparece no auge do Capítulo XI, "A poetisa".
Já no Volume 2, há três poemas escritos pela personagem e um que lhe foi fonte de inspiração.


Popyesia
A palavra "popyesia" foi criada para o título de uma página do meu antigo site "www.jorxmjess.com.br" na qual eu apresentava o poema da personagem Popy em "Apenas querem se divertir".
Depois, quando escrevi o segundo volume, quis fazer um capítulo que remetesse ao capítulo "A poetisa" do primeiro volume, foi quando achei interessante emprestar o termo do site para dar nome a esse novo capítulo.
Vinho quente
Os demônios que cá vêm
Saboreiam-se dos meus pecados,
Conduzem-me a cometê-los,
Conduzem-me a fartar-me.
Meu vinho que ferve luxúria
É-lhes néctar interminável,
Querem sempre dele beber,
Fervor pervertido meu.
Perversidade louca amiga,
Não me curo desta diaba!
Oro para despachar-se de mim,
Oro para comigo ficar.
Demônia dos demônios,
Brincamos todos de roda,
Santa brincadeira excita-me!
Santa! Santa! Santa!
Santa que me leva a ti,
Protege-me dos psicóticos desejos,
Ilumina-me destes demônios,
Mas não lhes faças o mal.
Melhor pensamento,
Sentirei das brincadeiras,
Melhor pensamento,
Prefiro vinho quente.


Meu Pedido
Peco apenas por te querer,
E não te querer
Ser-me-ia o vazio.
Às vezes sonho te ter,
Ali, meu sorriso jamais cessa,
Apalpo-te e sinto-te.
Sentir-te o corpo é-me o néctar da vida,
Que me refresca todo o sangue
E dá-me alívio.
Acabam-me as angústias,
Nem tenho mais aqueles suspiros pós-lamento
Que me fazem engolir o vão
E já me basta não te ter…
Peço à Fortuna,
Que prospere meu anseio,
Meu pedido,
És tu.
Inacreditável fato cósmico
Das minhas férteis terras,
Amanheceste-me,
De nosso gravitacional abraço,
Desprendeste-te.
E pelo vácuo vazio e frio,
Tu vagaste,
No espaço obscuro e sombrio,
Mergulhaste.
Sem lua, planeta solitário,
Tu deixaste-me,
Preso à roda, ciranda estelar,
Abandonaste-me.
Desamparo, tristeza, solidão,
Esqueceste-me.
Ao nosso eterno pacto jurado,
Desobedeceste.
Fúria, tormentas e furacões,
A mim causaste,
Lamúria, terremotos e erupções,
Provocaste-me.
Apesar de todo abalo e ódio,
Fazes-me imensurável falta.
Sorria quando aparecias em meu horizonte,
Ou se me fazias maré alta.
Inacreditável fato cósmico,
Ainda não sei como sobreviverei.
Dependia de nossa dança síncrona,
Agora solitário nesta pista estarei.
Xampu
Cabelos sedosos e brilhantes,
Olhos grandes apaixonantes,
Sorriso alegre cativante,
Voz forte deslumbrante.
Lava a alma, hidrata a vida,
Suave escorre, espuma sentida.
Perfume que acende a ferida,
Coração que encontra guarida.
Menina que brinca, cheia de sonhos,
Moça formosa, em caminhos risonhos,
Mulher de força, em dias tristonhos,
Senhora de memórias, cantos bisonhos.
Cabelos que o tempo faz brilhar,
Olhos que sabem o que amar,
Sorriso que o dia vem iluminar,
Voz firme, mas pronta a acalmar.
O tempo, companheiro fiel,
Viu o início da amizade, mel e fel.
Vale mais do que qualquer troféu,
És-me um anjo vindo do céu.
Lábios violetas
Lábios violetas,
violados,
violentos.
Não mais mentem,
Nem mais sentem,
Autopunem-se.
Impronunciam.
Imoralidade,
Insaciedade,
Inocência.
Por favor,
Tremam,
Rogo
que vibrem.
Nunca mais os verei,
Nem mais ouvirei,
Infelizmente.
Então, gostaram dos poemas?
De qual gostou mais?
Se tiver alguma crítica ou sugestão,
Entre em contato.
Abraços e até a próxima!



